ARTE E CIÊNCIA – NÓS ENTRE OS EXTREMOS
Instituto Tomie Ohtake – São Paulo, Brasil, 2016
Curadoria de Paulo Miyada

25 de Novembro de 2015 a  14 de Fevereiro de 2016



Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake e concebida pelo seu curador Paulo Miyada,  Arte e Ciência – Nós entre os extremos propõe que o público possa rever a arte pelos olhos da ciência e expandir a sua relação com a ciência por meio da arte. A exposição celebra também os 50 anos do Laboratório Aché, principal responsável pela existência do Instituto Tomie Ohtake, ao ceder o amplo espaço para o funcionamento de sua sede. O centro cultural, desde a sua fundação há 15 anos, é parte de um complexo inovador, construído pela empresa farmacêutica, que promove a convivência entre cultura, trabalho e lazer - Aché Cultural -, localizado entre a Faria Lima, Pedroso de Morais e Coropés, em Pinheiros, na capital paulista.


Com 35 obras de 16 artistas, a exposição busca colocar o pensamento do espectador em um plano mais abstrato, daquilo que sabemos, mas não conseguimos captar com os nossos sentidos, seja pela incalculável grandeza ou pela mais ínfima e transparente dimensão. “Esta exposição é justamente um ensaio sobre como a arte pode abrir caminho para pensar um universo muito mais amplo (macro e micro) do que percebemos usualmente, tornando palpáveis para o espectador uma parcela do campo em que a ciência hoje está travando suas mais decisivas batalhas”, explica o curador.



Segundo o curador, se pensarmos de maneira pragmática, podemos aprender o que é um ano-luz, mas não apreendemos essa escala; sabemos que o Grand Canyon foi esculpido pelas forças da natureza, mas é algo lento demais para acompanharmos; pensamos em micróbios e usufruímos de inúmeras substâncias que intervêm no nosso equilíbrio molecular, mas não vemos nada disso acontecer. “Nosso pensamento é mais largo e mais preciso que nossos sentidos, e o que a arte e outras atividades humanas fazem é justamente ampliar o campo do sensível, tornar possível estar junto com dimensões, escalas e complexidades que o conhecimento objetivo não consegue transportar”, completa Miyada.

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Já em “As imagens do mundo”, destaca-se a contribuição da ciência para revelar uma noção expandida da paisagem, que engloba o mundo além da vivência imediata do entorno humano. O impacto dessas imagens técnicas sobre o imaginário do micro e do macrocosmo reverberam em obras como P3R6V (2014), Zona de conflito II (2014) e Cruzeiro do Sul e o Caminho de Leite nas coordenadas 23°33’22’’S 46°41’27’’ (2015) de Tiago Tebet, Sem título (1994) e Sem título (1996) de Tomie Ohtake, O Sol (parte II) (2014) de Elen Gruber, Estudo para holograma (2015) e Instantâneo sequência 1+3 (2009) de Leticia Ramos.


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